Análise da resistência à compressão do concreto em estruturas acabadas com vistas à revisão da segurança estrutural
Abstract
Trata-se de discutir a complexa problemática de medida e avaliação da resistência do
concreto em estruturas acabadas, ou seja, em estruturas ou componentes estruturais já
moldados in loco ou pré-fabricados, em obras em construção ou construídas há anos, para
fins de revisão da segurança dessa estrutura. Inicia-se por uma sintética revisão dos conceitos
de introdução da segurança no projeto das estruturas de concreto com o significado dos
coeficientes de minoração da resistência dos materiais. A partir de resultados experimentais
obtidos em teses de doutoramento discute-se a ordem de grandeza da influência de certas
variáveis aleatórias principais. Na seqüências trata-se da representatividade da amostragem e
cuidados com a extração dos testemunhos cilíndricos. A questão do crescimento da
resistência com a idade e do decréscimo dessa resistência com a carga de longa duração
(efeito Rüsch) também são abordados para encerrar propondo um procedimento adequado de
obtenção do fck para fins de revisão da segurança do projeto estrutural.
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References
A normalização americana para estruturas de edificações, ACI 318, adota 10% como o quantil inferior da distribuição admitida normal, das resistências à compressão do concreto. No caso de pavimentos de concreto adota quantil de 20%. Brasil e EUROCODE adotam apenas 5% de defeituosos. Observe-se que os americanos indicam por f´c enquanto na Europa e Brasil usa-se a notação fck, porém ambos têm conceitos equivalentes em términos estatísticos, mas notação própria.
O volume de concreto de um caminhão betoneira usual, de 8m3, pode ser suficiente para concretar 10 (dez) ou mais pilares de um edifício convencional. Portanto mesmo que apenas uma “betonada” esteja com resistência abaixo de fck, as conseqüências podem ser desastrosas.
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Observe-se que neste artigo de discussão técnica não está sendo considerada a questão comercial, ou seja, é possível em certas circunstâncias aceitar um concreto com resistência à compressão de 0,9 do fck sem necessidade de reforço. Por outro lado, comercialmente, esse concreto pode ser penalizado pois o pedido / contrato de fornecimento foi de fck e não 0,9*fck 5José Calavera Ruiz. La Influencia de lãs Variaciones Resistentes de los Materiales y de las Variaciones Dimensionales de las Piezas de Hormigón Armado sobre su Capacidad Resistente. Madrid, Instituto Eduardo Torroja, Monografia n. 324, Febrero 1975. 142p.
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Nos casos triviais, na chegada do caminhão betoneira, após bem misturar o concreto do balão no canteiro, deve ser retirada uma pequena porção de concreto para ensaios de consistência do concreto fresco. Estando dentro dos limites o início da descarga do concreto para a obra é autorizado. A retirada de uma porção de concreto para representar a resistência à compressão do concreto daquele balão, chamado na NBR 12655 de resistência do exemplar, por norma, deve ser realizada com retirada de uma porção pertencente ao volume do terço médio do balão. Este pesquisador recomenda retirar do último terço. Do ponto de vista físico ou de engenharia de concreto, tanto faz. Do ponto de vista matemático o terço central é mais representativo, mas do
ponto de vista do risco de erro humano, retirar do terço final significa impedir até esse final que seja lançada água em excesso no balão, ou seja, reduz psicologicamente o risco de haver distorção significativa no traço e qualidade do concreto em um volume grande.
NBRNM 067:1998 Concreto. Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Método de Ensaio.
Em casos especiais de concreto produzido em obra, no canteiro, cabe aplicar as recomendações da NBR 5750 Amostragem de concreto fresco produzido por betoneiras estacionárias. Método de ensaio.
A RBLE Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios é um conjunto de laboratórios credenciados pelo INMETRO segundo os requisitos da norma NBR ISO/IEC 17025 e congrega competências técnicas e capacitações vinculadas a indústrias, universidades e institutos tecnológicos, habilitados para a realização de serviços de ensaios. O credenciamento estabelece um mecanismo para evidenciar que os laboratórios se utilizam de um sistema da qualidade, que possuem competência técnica para realizar serviços de ensaios e assegurar a capacidade em obter resultados de acordo com métodos e técnicas reconhecidos nacional e internacionalmente. Os laboratórios da RBLE são utilizados para a realização de ensaios e testes de funcionamento e desempenho em produtos que possuem certificação compulsória ou voluntária. A rastreabilidade das medições é garantida através das calibrações dos padrões nos laboratórios da RBC Rede Brasileira de Calibração ou diretamente nos laboratórios do INMETRO.
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